sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Oficinas desenvolvidas em 2010

A seguir algumas informações a respeito das oficinas de arte desenvolvidas no programa escola integrada SMED/UFMG.

5 comentários:

  1. Ellen M. / Escola Municipal Tabajara Pedroso

    O presente relato apresenta minhas impressões das experiências vivenciadas durante o estágio em Artes Visuais, em trabalho para a Escola Integrada.

    Minha prática de estágio começou no mês de novembro de 2010. Apesar do curto período até o momento, a experiência foi extremamente rica para meu aprendizado. Meu estágio consiste no trabalho como bolsista da Escola Integrada na área de Intervenção Urbana, área cuja coordenadora é Maria Luiza Viana. A escola onde estou dando as oficinas é a Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso e a professora comunitária da escola é Marieta Pirilo Paganini. O público alvo das oficinas são alunos de 12-15 anos, das 6ª, 7ª e 8ª séries.

    A escola se localiza na região de Venda Nova e possui ampla área interna com muito espaço a ser explorado para as intervenções urbanas, o que favorece muito para meu trabalho progressivo com os alunos, pois começarei meu trabalho dentro da própria escola e não precisarei ir diretamente para as ruas sem um vinculo grande de confiança com as crianças, e sem estar completamente segura sobre meu controle da segurança de todos.


    Infelizmente, minha curta experiência na escola até o momento não permite que eu avalie mais profundamente o que pude perceber das relações entre os agentes envolvidos na instituição, pude, entretanto, notar pequenas falhas de comunicação que dificultaram tarefas simples dos agentes da escola, principalmente nas finalizações dos trâmites burocráticos necessárias para o início da minha prática de estágio.

    Nas primeiras aulas realizei o processo diagnóstico dos alunos e a seleção daqueles que formariam o grupo de intervenção urbana. Para o processo diagnóstico inicial, conversei com os alunos sobre as suas experiências com arte (o que acreditam que seja arte, o que relacionam a ela, o que conhecem dessa área de conhecimento...). O repertório artístico dos alunos se mostrou muito pequeno. Depois foram feitos diagnósticos da prática de desenho/pintura dos alunos, para verificar, inicialmente, o uso que fazem dos materiais, de colocar no papel o que pensam, noções de perspectiva, luz/sombra, proporções, tempo de concentração, repertório imagético e gosto pela prática. Os resultados dessa etapa foram muito variados, com alguns alunos que mostraram muita ou pouquíssima dificuldade nos exercícios.

    Baseada nesses diagnósticos, fechei os grupos e iniciei as aulas preparatórias para a prática de intervenção urbana, com exercícios e exposições teóricas sobre cor, perspectiva com luz, sombra e proporções, transferência e ampliação de desenhos, utilização de tinta e pincel e muitos exercícios em grupo, pois a coletividade será peça chave nos processos de elaboração das intervenção.

    O trabalho com os alunos mostrou resultados positivos, com visível progresso do entendimento de arte dos alunos. Em fevereiro de 2011 essas turmas começarão as intervenções e novas turmas na escola passarão por esse processo inicial que foi feito nesse inicio de estágio. O objetivo é que os alunos se desenvolvam cada vez mais, tanto na prática artística quanto teoria de arte.

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  2. Angélica Lourenço / Escola Municipal Santa Terezinha

    No início do trabalho de intervenção urbana na Escola Santa Terezinha foram aplicadas atividades para que os estudantes pudessem aprender, treinar e aperfeiçoar técnicas relacionadas ao desenho e a pintura. Isto foi interessante pois quando o suporte de trabalho foi trocado, passando do papel A4 para o muro, eles estavam mais preparados para usar as cores e a mistura de tinta, bem como a diferença de escala entre os dois suportes.
    O muro continuou sendo pintado seguindo o tema proposto e já desenvolvido pelos outros bolsistas, os quais tentaram retratar os próprios alunos. Após o término dessa etapa iniciamos a pintura das partes internas de uma extensão da escola. Nessa foi desenvolvido o tema: cuidados com o meio e consciência ecológica, o qual foi traduzido a partir da pintura de cenas cotidianas consideradas de acordo com a consciência esperada. Este tema foi interessante, pois houve a oportunidade de discussão com os alunos da construção dos personagens chegando até formas de se cuidar do ambiente em que vivemos.
    Desse modo, houve a mistura da arte com o dia-a-dia dos estudantes através das reflexões geradas pelas intervenções.

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  3. Dulcinara Anastácio / Escola Municipal Aurélio Pires

    O trabalho é feito na Escola Municipal Aurélio Pires há mais de um ano. Os alunos saiam para pintar todos os dias, pintando assim grande parte do bairro, chamando muita a atenção dos moradores e pessoas que por lá passavam. Esse diálogo alunos comunidade foi de grande importância, pois criou um vinculo grande entre eles. Pessoas passavam e elogiavam, ofereciam lanches, cediam muros, deixando os alunos felizes e cada vez mais incentivados. Uma moradora disse que iria criar poemas sobre as experiências que havia sentido em relação aos postes. Os alunos adoravam esses diálogos e se sentiam importantes. Atualmente, visando uma continuidade de trabalhos, não saem mais para pintar todos os dias, se concentrando no desenvolvimento do desenho e técnicas para serem aplicadas ás pinturas.

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  4. O tempo passa agora, e o agora já passou, mas sabemos como passou? A oficina de artes visuas realizada na escola Nossa Senhora do Amparo trabalhou questões do tempo dentro da esfera da arte, fazendo com que os educandos notassem o passar do tempo na execução de vários desenhos.

    Dentro da construção da noção de tempo, também são discutidas questões próprias do desenho, como a composição, a cor e outros processos dentro do campo da arte.

    Tanto o tempo quanto o desenho são trabalhados através de processos distintos: como o nível de detalhamento de um desenho interfere no tempo e vice - versa; como diferentes processos como a colagem, desenho coletivo, desenho de observação e de criação demandam tempos diferentes para sua execução; como o movimento que retira a condição estática do desenho.

    O aprimoramento da capacidade de expressão do educando, a possibilidade de experimentação de vários processos de desenho, e a cognição do tempo foram os focos principais da oficina, que pela experiência dentro da sala de aula, foram bem compreendidos pelos educandos, tanto pelos resultados obtidos no decorrer da oficina.

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  5. UFMG
    Programa Escola Integrada

    Apresentação da Oficina de Intervenção Urbana – Escola Municipal Cora Coralina
    Eduardo Mont’ Alverne Flores


    A pintura-mural reúne procedimentos e técnicas diferentes.

    Na pintura-mural o muro é o próprio “suporte”. Dentre os aspectos analisados estão, firmeza, superfície e aspereza.

    O segundo aspecto a ser considerado é o da técnica. A mais utilizada nos muros dos entornos das escolas é sem dúvida, a tinta acrílica, de parede, pela facilidade e rapidez no preparo, no uso e na limpeza e dissolução em água.

    Podemos encontrar, nas pinturas mais antigas, dentre os procedimentos e técnicas, o afresco, o a-seco, a encáustica, a têmpera, o mosaico, o azulejo, a terra-cota, a cerâmica, o óleo. Já nos procedimentos modernos, o óleo, o cimento, a pintura mineral e outros procedimentos podem ser encontrados. (ref. bibl.: ROCHA)

    O afresco se peculiariza pela pintura que se faz no muro antes de o reboco secar (pintura sobre reboco de cal úmido) e também, por ser processo de mais longa e nobre tradição. Reboco, do árabe râbuk, significa “revestimento”. A pimentação feita a partir dos minerais, a cal, o cobalto, o óxido de ferro e terras vermelhas e terras verdes.

    A pintura a-seco é senão uma variante lógica da pintura afresco. Na Antiguidade, a técnica da pintura a-seco se constituía, resumidamente, no reboco de cal, esse seco, molhava-se a parede com água de cal e sobre a superfície assim umedecida se pintava. Os pigmentos e corantes eram misturados ou moídos em solução de leite.

    A encáustica é uma antiga e famosa técnica, muito utilizada pelos gregos e romanos tanto na pintura sobre madeira, quanto na pintura-mural. Na antiga técnica da encáustica, os pigmentos corantes eram misturados com cera de abelha, quente, formando, assim, a tinta que se pintava. E seu uso se fazia com o derretimento.

    A tempera é um processo que reúne aglutinantes naturais e artificiais. Esses últimos, a cola animal e vegetal, aglutinantes naturais, o ovo.

    O terceiro aspecto importante refere-se ao aparato tecnológico, os utensílios e uso do pincel. Pincéis, são usados, mais comumente, os de cerda, do tipo redondo e do tipo chato. Pinceis de pelo macio, de orelha de boi ou de marta são também utilizados (ex. em contornos finos, traçados e detalhes), questões que a prática vai apontar.

    É também característico do fazer pictórico, a expressão individual e coletiva e a alegria que domina o ambiente. Não há dúvida de que a atividade envolve todos que nela participam, mas também aqueles que vêem, observam e tecem comentários elogiosos, pois que já, a arte traz a cor, à tona, traz também a vida, essa, que traz a arte. Nesse diálogo, é a cor que responde, e corresponde, encantando os muros do entorno da escola.

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